quarta-feira, 19 de junho de 2013

O palco armado da mídia/PSDB oportunista para atiçar a classe média contra o governo Dilma

Um breve resumo a partir de indagações. O relato vem mais abaixo.

a) Como dezenas/centenas de milhares de pessoas vão às ruas supostamente indignadas com a repercussão da violência policial (validada pelo Alckmin) e no ato só criticam o governo Dilma?

b)Desde segunda-feira os “manifestantes” do ato tem tido uma forte postura de censura contra as bandeiras de partidos políticos dizendo que todos ali “são sem partidos”. Gritam, xingam, ameaçam rasgar as bandeiras. Ao mesmo tempo que seus cartazes contêm apenas escrachos generalizados contra as ações do governo PT, em especial, contra a Dilma. Nas ordens de grito, principalmente na “Marcha Paz e Amor”só ouvíamos frases de ordem contra a presidenta: “Ei Dilma vai tomar no @#”. Nada contra, mas e as críticas ao governo Alckmin? E contra as repressões policiais contra os manifestantes e movimentos sociais realizados ultimamente? E o histórico sucateamento da educação de duas décadas do governo PSDB?

c)”Manifestantes”orgulhosos em si por se dizerem patriotas: cantarem trechos do hino nacional, repletos de verde e amarelo. Não é uma coincidência o próprio prédio da FIESP estar projetando em sua própria estrutura uma grande bandeira brasileira luminosa? A federação das indústrias está legitimando a manifestação contra quem?

d)Desde os últimos anos e até terça-feira passada (11/06/13) o Movimento Passe Livre tinha como um de seus “desejos” ocupar o Terminal Parque Dom Pedro II. Seria uma ocupação simbólica do local /fonte do foco da reivindicação: diminuir a passagem. Mesmo com policiais agindo com forte repressão, nos últimos anos e no dia 11/06, houve tentativas. Por que ontem a manifestação ao passar pelo Terminal que (pasme: não havia um policial sequer) não tentou uma ocupação pacífica? Mesmo sabendo que haveria o risco de algum manifestante fugir do controle (coisa que dificilmente aconteceria, visto que o objetivo maior já seria alcançado: parar o “coração do transporte público” de São Paulo).

e) E o que a mídia tem haver com isso? 1º A capa da “Isto É” com a forte imagem repressão policial; 2º A forte cobertura Folha/UOL; 3º A tendenciosa capa da Vejaquestionando se a corrupção seria alvo dos próximos protestos. A população realmente foi conclamada para lutar contra a repressão? Ou foi uma forma da direitao portunista começar sua campanha contra a Dilma?


 Dia 18/06/13




À caminho do ato, ainda no metro/linha amarela, recebo a informação que as tais “bandeiras de partidos”(e as pessoas que ostentavam elas, obviamente) já estavam sendo hostilizadas na Praça da Sé. O que aconteceu no dia anterior (17/06) estava acontecendo novamente: grupos e pessoas gritando “sem partido” ao mesmo tempo que tinham como objetivo único sustentar frases de ordem somente contra a presidente Dilma e PT (e não contra o Alckmin e PSDB). Até ai pode-se dizer que é uma liberdade de expressão: a classe média tem o direito de se expressar contra quem ela quiser, e contra quem a mídia está direcionando ela. Ao sair das catracas do metro Sé eu percebi que o buraco era bem mais embaixo: um verdadeiro cordão humano repleto de cartazes atacando a corrupção e, que coincidência, mais e mais ataques ao PT/Dilma/Mensaleiros/Genuínos e Valérios da vida. Sai andando entre o ato e registrando os cartazes. Entendo que a tendência é se posicionar contra a maior representatividade política (a presidenta), mas entre o “tal povo que na rua apareceu” ver poucas manifestações contra o governo estadual é um pouco meio estranho.






 Um extremo nacionalismo, patriotismo também era visível: nos coros e nos corpos, roupas, bandeiras, pinturas faciais, fantasias. Posteriormente seria visto na Avenida Paulista um grande verde amarelo. Até o prédio da FIESP ficou exibindo uma mega bandeira brasileira luminosa em sua fachada. Isso que é apoiar a “luta do povo”: a federação das indústrias apoiando a “causa proletária”.

Fachada do Prédio da FIESP



 Mas antes de eu ter ido verificar a marcha de dezenas/centenas de milhares que estavam na Avenida Paulista, tão elogiada pelos “datenas”da vida, eu fiquei observando uma parte dos manifestantes que se concentravam na Prefeitura de São Paulo e os “distúrbios de personalidade”da grande “manifestação”. Bandeiras foram queimadas. Pessoas que se encaixam em um grupo estilo “classe média estreantes em manifestações” e os mais “pacifistas” gritavam “Sem vandalismo”. Pessoas que se encaixam em um grupo estilo “macacos velhos de atos”e mais “ativistas” respondiam “Sem moralismo”. O primeiro grupo entoava um “Sem violência”, o segundo um “Violência é a tarifa”. Um rapaz sobe na grande concha próximo da Prefeitura para pixar a terrível frase: “Globo vai tomar no #@”. Os dos primeiro grupo se escandalizaram e vaiaram.  Os do segundo grupo aplaudiam, pois para esses a mídia não cumpre a sua verdadeira função: informar conscientemente. Os do primeiro grupo entoavam “.. tenho orgulho de ser brasileiro”, os do segundo “tenho vergonha desse horror”.




Janelas da prefeitura foram estilhaçadas. Eu observava um grande furgão da Record em meio à multidão e pensava: ser repórter é uma profissão perigo e que corajosa está sendo aquela bela jornalista sobre o carro arriscando sua integridade física para cumprir seu papel para a sociedade. Não deu outra. Ao meu ver alguns P2 (pessoas do “mal à paisana” que podem ser tanto pessoas de partidos políticos, como policiais) começaram atirar grandes pedras contra os próprios manifestantes. De onde estavam vindo aquelas grandes pedras? A reação dos mais indignados (sempre tem) foi chacoalhar o carro da imprensa. Não conseguiram virar. Depredaram. Não conseguiram desmontar. Tacaram fogo. O Pão e circo que talvez a imprensa quisesse estava armado, mesmo a imprensa sendo parte do “pão” que seria devorado. A situação mais uma vez fugiu do controle. Mas do controle de quem? Os que gritavam “sem partido” recorreriam a quem? Quem estava organizando o ato? O Movimento Passe Livre? Coletivos vinculados à grupos políticos? Eu e uma amiga, junto com outros, resolvemos ir para a Augusta, e da Augusta, put@s da vida, seguiríamos para a Paulista (terra dos caras pintadas). Ainda bem que fomos. Ficamos sabendo depois que houve saques, depredações. Nada justifica incendiar patrimônios públicos ou privados. Mas para proclamar esse “nada justifica” deveríamos fazer valer também o “nada justifica explorar os trabalhadores, seja diretamente ou indiretamente”.  Na Avenida Paulista muita gente. O que os sensatos esperam é que as reivindicações principais sejam conseguidas: diminuir a passagem. E que outras pautas sejam mais específicas: lutar contra a aprovação da PEC37, repassar mais impostos para a Educação. Que a população não seja manipulada como massa de manobra por certos grupos apenas para atingir apenas a imagem da Dilma. Não, os sensatos não apoiam o governo Dilma/PT em muitos aspectos: Usina de Belo Monte, gastos com as grandes construções de eventos esportivos, barganhas políticas e trocas de favores (Feliciano e Renan Calheiros em cargos importantes), criações de ministérios, maquiagens públicas. E essas pautas têm quê estar também em (futuras?) manifestações. Que as pessoas não sejam massas de manobra da imprensa “direitosa” e esqueçam dos governos PSDBistas tão ou mais maliciosos. Eu vim de escola pública, minha mãe sofreu dando aula em escolas públicas e assim como milhões de vítimas do sistema não podemos esquecer o desmantelamento das escolas estaduais. Não podemos esquecer a tentativa do PSDB em sucatear (tirar a autonomia escancaradamente) das universidades públicas com os decretos do Serra/2007. O que os movimentos mais querem é ver a rua “cheia de pessoas”. Conseguiram. Mas que sejam “pessoas” não manipuladas pela imprensa e que saibam de fato que a luta é contra as ações maliciosas de todos os governos. Contra o Alckmin também. O PSDB não pode sair ileso e ganhar novamente as próximas eleições: eternizando-se no poder do Estado de São Paulo.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ratos & Pombas*

 - um relato real do ocorrido na manifestação contra o aumento da passagem 13/06/13



A cavalaria estava tensa. Além da comoção que tive pelos valentes humanos, que estavam sentados ao meu lado em frente à tropa (tentando re-acreditar que não haveria violência), também me comovi  pelos cavalos de quatro patas. Estavam todos agitados, sem saber o que estava acontecendo, visivelmente oprimidos. Os cavalos bípedes, armados e mal amados, mal conseguiam controlar os pobres seres. Uma simples faísca faria que eles corressem em disparada. Correriam, assim como nós correríamos em um jardim pisando nas flores, sem ao menos poder pedir desculpas para elas. Pesadelos, assim como os sonhos, podem ser vividos enquanto estamos acordados. Bombas em frente à um Hospital Infantil: deve ser a mais nova tática para  prevenir uma nova juventude, pois esta já está dando muito trabalho. Em uma das ruas que cruzam a Consolação,  os " (in)sanos animais  manifestantes" tentavam orientar um pai com uma pequenina criaturinha em seu colo para que eles alcançassem a portaria do hospital. A semente de uma nova florada precisa ser regada, se não ervas daninhas continuaram a comandar o nosso espaço. É, a juventude "Comigo-Ninguém-Pode" aprendeu a lutar como a "Espada-de-São Jorge", alguns com Margaridas e Rosas não mão. Enquanto os mantenedores da paz atiravam bombas entre  carros e  ônibus repletos de trabalhaDORES, pois eles precisam de proteção (não?), os muitos "ogros sangrentos pelo caos" e ateadores de lixos nas ruas corriam....  e corriam muito... corriam para dizer aos passageiros encurralados nas "caras ratoeiras" fecharem as janelas. O gás não é letal, diz a segurança pública. Problema é de quem inala ele, quem manda ser mortal !. Os manifestantes, treinados pelo Osama, se agitaram muito, e como.  Se agitaram para acudir uma senhora desesperada em seu carro. Esses (in)conscientes baderneiros estavam querendo ajudá-la a manobrar o carro, para  colocá-lo na calçada, enquanto outros, que mal-educados!, GRITAVAM com a pobre idosa. Esbravejavam: "minha senhora, é melhor sair, a gente te acompanha para alguma portaria". Enquanto isso os cães de farda protegiam alunos do Mackenzie não deixando eles sairem dos prédios, seria para a proteção deles ou medo de aumentaram o número de protestantes? Como esses "rebeldes jaborianos sem causa e que não valem 20 centavos" puderam ter a capacidade de causar tanto preJUÍZO aos demais cidadãos. Retrocedendo no relato (os "sonhos" são assim né?  vamos relembrando eles como uma quebra-cabeça): bem  no início do primeiro confronto da Consolação um taxista deve ter ficado muito inDIGNADO. As fumaças e os grandes "estouros" das bombas de efeito MORAL, esses sim os únicos democráticos!, subiram pela  avenida se oferecendo a todos os viventes, sem escolha de classes, de etnia, de  religião ou de orientação sexual (aprendam com eles senhor@s Felician@s). A pacata passageira do táxi, que nunca mais ouvirá o velho sucesso musical da Angélica, abriu a porta do carro e correu procurando abrigo no Posto de Gasolina... Há, mas ela foi para o covil dos  "delinquentes". Muitos transeuntes também foram para a cilada.  Um verdadeiro barril de pólvora, onde os "marginais manifestantes amedrontados", e já desacreditados no bom senso dos racionais bípedes, entoavam: "Saiam daqui, saiam daqui, a polícia vai atirar aqui...". Ainda bem que não houve, além da psicológica, nenhuma grande EXPLOSÃO. Os violentos protestantes, aos milhares, até que são solidários, sabia?. Nos momentos mais tensos os "armamentos" eram distribuídos para todos: "obrigado ao tal Chico da biologia USP que me ofereceu gentilmente um pouco seu vinagre". Sim! Havia ARMAS QUÍMICAS entre os rebeldes: uma perigosa solução aquosa com 7 à 8% de ácido acético, utilizado também nas saladas preparadas pelas mães dos policiais. As (possivelmente) simpáticas senhorinhas protegem seus filhos opressores contra as  bactérias. Eles precisam estar fortes e saudáveis para a batalha. Os oprimidos se valem da mesma tática "vinagrenta": mitigam os efeitos dos gases das bombas que queimam a pele e irritam seus olhos. E como houve lacrimação, ao menos os "Spartacus" puderam deixar suas lágrimas rolarem a vontade, ninguém saberia mesmo separar a irritAÇÃO fisiológica das verdadeiras lágrimas de tristeza. Diz a velha canção: "lágrimas são o suor de almas que lutam só".  Realmente, nesse caso todos os "kamikazes" (sem medo da forte Tropa de Choque) eram todos um só. Um emaranhado de fios unidos por uma causa, como uma teia de aranha. Todas as lágrimas unidas, assim como o suor do corre e corre, formaram na noite de ontem um único e grande rio contra as grandes ondas de repressão. Todos eram como as corajosas abelhas brasileiras sem ferrão, defendendo o direito de se expressar, sem temer as vespas fardadas com suas bombas de efeito moral. Moral para quem?  Os cristãos que nos observavam curiosos (ou aflitos?) da Igreja da Consolação viram na  rua (e na prática!) a famosa frase do altar se concretizar: "amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida" Assim agiram os "(in)sensíveis manifestantes": na pacificação e na correria, nas ruas e nas calçadas, com flores e com bandeiras, TODOS SE AMARAM, enquanto os repressores se aRmaram mais ainda. Os membros do "caótico bando" " foram dispersos (uma, duas, três vezes!). Mas iam se reagrupando, pelas ruas paralelas. Alguns caíram pelo caminho. A imprensa e a estatística conservadora relatam 195, 200 (hum? ! ?, sei). Corpos caem,  mas o espírito de luta continua. Uma verdadeira, pena que não derradeira, caçada. Após impedirem as milhares de vozes marcharem em direção à Avenida Paulista (não é só o PCC que dá toque de recolher no coração financeiro do país) a Rua Augusta foi tomada por putos e putas, ainda aos milhares (ACREDITEM!). Milhares de Put@s com a violência que insiste em ser abafada e negada: a violência do aumento, a violência da repressão, a violência dos conclaves políticos e empresariais. Uma menininha dormia no colo da mãe que estava dentro de uma perua presa no meio da Augusta, dormia como um anjo, nem se incomodou com a manifestação. Mas os "diabos de farda" estavam à solta. A Tropa de Choque, e que choque!, um verdadeiro paredão cinza que ofuscou as coloridas fachadas da alta Augusta, desviou novamente os manifestantes para a Consolação...  Round 2!... Booommm... Dessa vez os "Toms"  estavam mais truculentos que o normal, verdadeiros "cães raivosos" que se esqueceram de comparecer na última campanha de vacinação. Os "Jerrys" em sua maioria escaparam, sequelados cada um à sua maneira, mas escaparam. A fome por justiça  toma conta de suas vísceras e isso faz com que eles se sintam mais fortes, é o instinto biológico. Na natureza se o predador perde a batalha, ele perde o jantar; no caso das presa ela perde a vida. Os ratos estão cansados de verem suas vidas minguando em conduções & condiçoes deprimentes após jornadas que mal pagam suas coalhadas. Porque provolone é só para quem pode. Há,  ainda tem: "Essas ratazanas imundas que vêm sujar o nosso centro, revirando o nosso lixo e espalhando-o pelas ruas", vibrações sonoras que fazem vibrar os bigodes dos gatos burgueses. Como se algum dia eles pararam para se preocupar  com o destino de seus resíduos (apenas 5% do lixo reciclável tem o seu correto destino, um verdadeiro estupro ambiental e social). Dois pesos, duas medidas. Amo quase todos os seres. Amo os cavalos quadrúpedes, mesmo violentados pelos "macacos top-top". Amo os milhares de ratos que foram acordados e saíram  de suas tocas por estarem cansados de serem oprimidos pelo Estado. Mas repudio os fedidos felinos protegidos por seus cães de guarda. Miam nas campanhas com  olhares "gato de botas do Shrek" pedindo votos e prometendo democratizar o queijo. Depois mostram suas afiadas garras e impedem um "justo ir e vir" das massas que precisam ir ao milharal. Propagandeam que as manifestantes estão lutando contra míseros 20 centavos. Mas isso foi apenas mais uma das centenas de grãos de milho do grande sabugo de problemas e opressões que a tempo precisavam ser escancarados. Além disso eles se esqueceram de uma grande coisa: os ratos ganham asas, viram pombas, sonham, lutam, bicam, voam. Mais que incomodas pombas urbanas, simbolicamente se tornam verdadeiros "Fênix renascidos das cinzas".... Renascidos das cinzas da opressão....

                                           * ofereço esse texto à  minha minguante MARGARIDA. Ela foi colhida de sua vida não para se definhar entre as mãos de um casal de namorad@s, mas sim em meio à toxiCIDADE da opressão! Obrigado por me acompanhar...

   Vanderson Sousa

quarta-feira, 12 de junho de 2013


12.06.2013 A história se repete

Dia dos Namorados, Precarização das condições de trabalho



Hoje, dia 12.06.13! .... A foto dispensa comentários.... Com seus bilhões no cofre, a Universidade De São Paulo (USP) continua a priorizar empresas terceirizadas (ao invés de funcionários registrados) que nem sequer pagam os salários. Vire e mexe a mesma história... HÁ.. ia me esquecendo: "Feliz dia dos Namorados"


 12.06.2013 - Reitoria da USP - funcionárias que não recebem o salário da empresa terceirizada protestam

domingo, 9 de junho de 2013



Cinco maiores arrependimentos antes de morrer                                                                                                   from HospitalEinstein



Vale a pena ver esse vídeo. Faz repensarmos sobre o óbvio que insiste, muitas vezes, em ficar escondido em nosso dia-a-dia. A vida é feita de dia após dia, não só de planos a longo prazo e como já disseram ""Tem dias que a vida é um ato de coragem"...



destaque para o arrependimento nº01

"As pessoas fazem pelos outros aquilo que elas acreditam que é importante para o outro, mas a maior parte das vezes o outro não te pediu isso. Ai querem um acerto de contas no final. Isso é tão sério que pode criar uma espécie de magoa, quando você deixa de fazer uma coisa que é importante para você para fazer algo que é importante para outra pessoa, esse tempo não volta"


sábado, 25 de maio de 2013

Um breve relato sobre Homofobia

*
"O tempo está fechado, mas arco-íris e novos AmanheSeres hão de vir"     
                                                                                   VCS

Eu já me compliquei pelo fato de me expressar contra alguns tipos de preconceitos, sejam eles explícitos ou implícitos. Em “alguns dos meus ambientes de  trabalho”  alguns não gostam de mim e mal me cumprimentam (pelo fato de alertá-los sobre o machismo e a opressão das xícaras sujas de café deixadas para a “tiazinha lavar”; ter que explicar pessoalmente o porquê não chamar as pessoas que têm relações homoafetivas de “veados”; etc). As pessoas que passam pelos mais variados tipos de problemas, em especial questões como a não “aceitação social” e preconceitos, e/ou as pessoas consideradas “outsiders”,  acabem tendo uma outra visão do mundo, acabam percebendo o que está presente nas entrelinhas dos comportamentos alheios e tendo posturas mais críticas frente aos fatos. Quando você vive com o dilema de que a sua felicidade (ou a busca do sentido de sua vida) afeta e influencia diretamente a felicidade dos seus mais próximos, quando “o você querer ser feliz” quebra as expectativas e acaba sendo uma decepção para membros de sua comunidade, os conflitos gerados com os meros indivíduos do seu cotidiano acabam sendo “água com açúcar”. Gente, o momento da minha vida mais difícil em relação a isso tudo foi em relação a minha família (especialmente minha mãe), tá as coisas não se resolveram (apesar dos anos), mas a transparência é um dos primeiros passos. Todo parto doi. Então não há porquê se calar diante dos preconceitos, temer olhares tortos e pessoas virando as costas quando você diz a “verdade”. Tento acreditar que as pessoas erram mais por causa da ignorância do que pela maldade (como diz o Padre Fabio de Melo), mas acontecimentos como o descrito abaixo faz eu ter minhas sérias dúvidas. Mas vamos ao relato.

Relato de Homofobia: medo e violência NÂO, coragem e imposição SIM

Na última quinta-feira (23/05/13), eu resolvi dar uma passadinha rápida no evento que ocorre no espaço da ECA intitulado “Quinta & Breja”. Estava simplesmente sendo um dos componentes de um casal bonito e feliz, o que deve ter causado inveja alheia, e fomos alvo de atitudes homofóbicas (Veja o relato bem mais completo do fato logo abaixo   feito pela outra pessoa e já postado em outros grupos). Em resumo, nós dois não nos calamos e fomos conversar com os 05 (cinco cínicos, cínicos cincos) agressores. A partir disso cheguei à seguinte conclusão: Nem sempre quem está no controle da situação é o OPRESSOR. Ir até eles, indagar sarcasticamente se eles viram quem foram "os idiotas" que tinha tacado as latinhas, evidenciar para eles que sabíamos que eram eles e para aquilo não acontecer mais, ver eles não tendo argumentação alguma quando começaram a falar que nunca tinham visto um casal de homens, ver um ficar nervoso enquanto aparentemente demonstrávamos calma, avisar os seguranças (que devem ter ido conversar com eles, pois foram embora logo em seguida),  irmos embora da festa minutos depois sem se "preocupar de fato" se eles estariam nos esperando ou não, ISSO TUDO,  foi um começo para mostrar para eles que nem sempre aqueles que eles consideram como "vítimas ou fracos" vão se esconder ou temer... No plano intelectual a situação se inverte e eles acabam se sentindo como verdadeiros perdedores, pois o que eles mais queriam não foi alcançado: INTIMIDAR OS ALVOS DE SEUS PRECONCEITOS. O medo é o que alimenta essas  pessoas homofóbicas. Não posso negar que qualquer briga que poderia ter ocorrido, ela seria mais facilmente resolvida, devido ao fato de estarmos em um ambiente universitário: as  pessoas correriam para nos ajudar. Mas infelizmente isso deve ser exceção, pois a USP, supostamente considerada uma “ilha”, ainda permite um desconforto bem menor em relação a não termos que temer a homofobia, caso formos compararmos com o além dos muros do campus.
                                                                                                       Vanderson Sousa


Relato completo realizado pela outra pessoa:

"Ocorrência infeliz ontem na QiB. Estava eu com o boy mistério abraçado, conversando de pé na esquina ao lado de fora do prédio do CA (não sei o nome exato daquele prédio, chamarei assim). Voou uma lata de cerveja, cheia, caindo no chão e estourando a uns 30cm da gente; o fato de ela estar cheia impede que tenha sido simplesmente um acidente, até porque eu vi a lata vindo pelo alto e, pela curvatura que fez no ar, entendi que fosse um grupinho de caras que estava a uns 3 metros da gente, ao lado das árvores (dsclp, meu sangue de IME não pôde evitar fazer essa conta). 
Enfim. Nós dois olhamos para aquela direção procurando alguém que estivesse nos encarando, mas ninguém chamava atenção em especial. Aí entrei no prédio, avisei uma garota do CA e ela pediu que o segurança desse mais atenção àquela área (realmente, não havia nenhum segurança por lá até então), para evitar que aquilo ocorresse com mais alguém. Ok, ótimo. 
Então voltamos para o mesmo lugar, mas um dos caras daquele grupinho começou a nos encarar às vezes e eu ouvi um "ô, viado, vai pra casa!". Mas continuamos de boa ali por poucos minutos, até voar mais uma latinha (que errou de novo, 2bj) e depois um pedaço de "pão" (não tenho certeza do que era aquilo, tinha aspecto de pão e estava molhado, mas nem me sujou nem deixou cheiro). Vale notar que eu não vi nenhum segurança por ali, de novo, mas nem me ative demais a isto. Agora enfim a gente sabia quem atirou. 
Aí fomos falar com o cara, eu bem nervoso já, e perguntamos se eles viram quem atirou as latas, afinal alguém assim deveria ser mesmo muito idiota pra tentar impedir a inofensiva alegria alheia. Eles tentaram desconversar mas, como a gente continuou falando, eles começaram com uns xingamentos que não merecem ser repetidos. Mas, um detalhe importante: ao tentarem desconversar, eles deixaram claro que não são da USP! 
Depois de cerca de um minuto os provocando e vendo que eles tinham plena certeza de que aquilo que faziam era correto, nós saímos de lá perto, e eu voltei ao CA para avisar não só que havia ocorrido de novo, mas que sabíamos quem eram os imbecis, e demos as indicações sobre onde estavam, e dissemos ser um grupo de 5 caras. 
Bem, quando eu me acalmei um pouco e saí do prédio, eles não estavam mais naquele local, e fomos embora; mas não tô a fim de deixar a história parar por aí. 
Já há algumas semanas que tenho ouvido a mesma história sobre gays ou caras de saia tendo latas ou garrafas arremessadas contra si na QiB; aconteceu inclusive com amigos próximos meus, e eu já estava ficando bem puto com isso. 
Agora eu sei quem são, me lembro dos rostos, e não duvido nem um pouco que sejam sempre os mesmos caras em toda edição da QiB, afinal é uma onda de ocorrências que só de um mês pra cá eu tenho ouvido falar; ou seja, é gente querendo mesmo botar terror sobre os não-hts. 
A gente vai parar de frequentar o mundo mágico da ECA por causa disso? É óbvio que não. O que eu proponho é que justamente a gente crie ainda mais pressão presencial lá, e mostre que o espaço é nosso também. E, se acontecer de novo com alguém, que o atingido chame os amigos que houver por perto. Vamos fazer uma roda em torno dos infelizes, cantar Sarajane e fazer um grande tchu-tchu neles, para se sentirem amados e ver se conseguem se tornar pessoas melhores um dia, né. Ou, se eles apenas se virem em minoria, sentirem-se deslocados e irem embora, já é uma vitória também. Só não tô nem um pouco interessado em deixar uns babacas assim soltos e prontos para atacar amigos meus. 
Bem, é isto. Já foi, mas eles estão por aí. E a camiseta que eu estreei ontem, pintada com um grande "Why u hatin?" no peito, continua fazendo todo o sentido." 

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*fotos tiradas em Brasília, maio de 2011, pela aprovação da lei PLC 122

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ABSURDOS DO CAPITALISMO   :-O

Após assalto, Ecclestone faz piada e anúncio com olho roxo
07 de Dezembro de 2010 11:35




Bernie Ecclestone, o chefão da Fórmula 1, mostrou grande senso de humor e oportunidade após ser agredido em um assalto em Londres. De olho roxo, o dirigente posou para um anúncio de relógio no qual o slogan é "Veja o que as pessoas fazem por um Hublot". Dê uma olhada no anúncio abaixo!

(...)
Ecclestone foi pego pelos criminosos no último dia 24 quando estava com sua namorada, a brasileira Fabiana Flosi na capital inglesa. Especula-se que tenham sido levados cerca de £200 mil (aproximadamente R$ 540 mil).

Ao falar sobre o assunto ao Daily Express em 27 de npvembro, Ecclestone já havia brincado sobre o relógio roubado. "Se eu estivesse com o meu Tag Heuer, eles provavelmente não teriam me incomodado", sorriu, se referindo a outra marca de relógio.
http://www.yahooformula1.com.br/?view=noticias&not=Apos_assalto_Ecclestone_faz_piada_e_anuncio_com_olho_roxo

sábado, 23 de outubro de 2010

Vivenciar, errar, aprender, viver....

A todos cientistas :-)

“Agora eu aprecio o quanto eu aprendi errando. Posso mudar minhas concepções quando me defronto com um argumento racional, sem que essa mudança pareça puramente semântica ou que eu espere que passe desapercebida. Será que o mesmo ocorre com um religioso, general, burocrata, advogado, médico ou político, que nunca estão permitidos errar? Não é de estranhar que aprendem tão lentamente.
Estou agradecido de ter uma profissão na qual o fato de se equivocar é equivalente a um aumento no conhecimento."

COHN, M. Annual Review of Immunology, 12, 2,1994